Dilúvio
Esqueletos que fazeis de vossos ossos correntes.
Deixai-me em paz nos suspiros de eternos enfartes,
Guardai vossos tesouros repletos de andores
E deixai que meu espírito morra no vôo dos rumores,
Nas chamas do fogo que se desfaz,
Lentamente, no manto dos olhares,
Nos flocos de neve que, levemente, caiem num frio tenaz,
Refazendo, brandamente, a forma que me distancia do alto das mares.
Deixai-me na solidão do meu canto,
No apetite voraz dos abutres
Que me decoram o encanto.
Deixai-me mudo nos espaços agrestes,
Divagando nas marchas fúnebres,
Sentindo a maresia dos gritos escorrendo pelas faces…
Espectros que um dia serei um de vós!
Aconcheguei-me longe de vossos braços.
To Mortisa
sexta-feira, 30 de maio de 2008
terça-feira, 27 de maio de 2008
sexta-feira, 23 de maio de 2008
SUPOSTO DESERTO
Que faustos são estes? Neste pensamento.
Parece-me diferente este sentimento
que conheço há muito.
Será defeito ou o amor que sinto?
Será os restos dos gritos que desperto?
Auto de tanto sofrimento possuir um rosto,
de não me ter morto de desgosto
num simples gesto.
Não sei do que sou feito?
Que por acto de afecto: fico desfeito.
Eu não quero saber do resto!
Só do teu rosto,
do teu cabelo ao vento
das tuas palavras num grito,
das lágrimas que conquisto
de um novo nascimento.
Márcio Freitas
ANA
Editorial Minerva
terça-feira, 20 de maio de 2008
domingo, 18 de maio de 2008
sábado, 17 de maio de 2008
quinta-feira, 15 de maio de 2008
quarta-feira, 14 de maio de 2008
And trade what it could have been, for what already is?
"No, girl. I’m not the one for you. But it doesn’t mean that we can not dance."
Hold my hand and let it cross into dust!
Let your particles mold your form
and shape the wind…
Hold me tight in your sadness!
And let my dreams fall asleep…
To Mortisa
domingo, 11 de maio de 2008
sábado, 10 de maio de 2008
quinta-feira, 8 de maio de 2008
quarta-feira, 7 de maio de 2008
domingo, 4 de maio de 2008
Musa
Deixas-te de ser um enigma!
A parte incógnica da minha alma!
Arrependo-me de te ter chamado de Deusa,
De ter ignorado o teu olhar de Medusa,
De te dedicar a minha vida a se perder,
De te respeitar a pensar que eras diferente!
Repugnas-me, odeio-te!
És só uma mulher!
Apetece-me usar-te e te deitar fora.
Rebaixar-te e te fazer sofrer
Indiferente à tua dor enganadora
Por um amor a um corpo a se decader,
De te enganares inocente
À procura de um amor possuidor
Na esperança de um melhor,
Na condição, de animal, evidente.
MARNUNEFREI
REBENTOS EM CINZAS
Editorial Minerva