sexta-feira, 30 de maio de 2008

Dilúvio

Esqueletos que fazeis de vossos ossos correntes.
Deixai-me em paz nos suspiros de eternos enfartes,
Guardai vossos tesouros repletos de andores
E deixai que meu espírito morra no vôo dos rumores,

Nas chamas do fogo que se desfaz,
Lentamente, no manto dos olhares,
Nos flocos de neve que, levemente, caiem num frio tenaz,
Refazendo, brandamente, a forma que me distancia do alto das mares.

Deixai-me na solidão do meu canto,
No apetite voraz dos abutres
Que me decoram o encanto.
Deixai-me mudo nos espaços agrestes,

Divagando nas marchas fúnebres,
Sentindo a maresia dos gritos escorrendo pelas faces…
Espectros que um dia serei um de vós!
Aconcheguei-me longe de vossos braços.

To Mortisa

3 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado.
Gostei muito deste poema.

Fica bem :)

Beijinho*

MARNUNEFREI disse...

Quis-me parecer que ias gostar.
Não sabia ao certo o te responder.

Mortisa disse...

Ninguém sabe ao certo. Não te preocupes...:)

Beijinho
*